Infelizmente no Brasil só pude postar duas vezes. Nosso tempo por lá, apesar de ter sido quase dois meses, foi muito corrido e não estávamos muito bem equipados com Internet. Por isso deixei de escrever por algumas semanas. No dia 4 de fevereiro deixamos nossa querida turma em Curitiba e voltamos para Calgary, onde encontramos outra turma muito querida. Esta foto foi tirada dia 6 de fevereiro. A rua é a Woodbinewiew. Neste inverno está acontecendo algo de diferente em Calgary. A temperatura não está tão baixa e temos várias vezes na semana, muita neblina. Quando ela acontece com maior intensidade, tudo congela e fica uma paisagem lindíssima, principalmente com os raios do sol...(não foi o caso desta foto aí de cima... sem sol). Mas, como falava, o inverno está mais ameno, se comparado ao último muito vigoroso e estupidamente gelado. Nossa primeira semana aqui foi, prá variar, muitíssimo agitada. Fomos recepcionados pelos Almeida e Cisterna. De lá fomos almoçar no restaurante da Ikea. (BBB. bom, barato e bonito). Nosso filho Stephan estava na escola, mas quando chegou, disparou a contar as novidades e até agora ainda está empolgado. Na semana ainda tivemos amigos aqui em casa (Familia Montes Luz) e no sábado um gostoso e agradável jantar na igreja brasileira em alusão ao Valentine's Day. (dia dos namorados).
Mas agora quero voltar um pouco no tempo e narrar o restante de nossa viagem de 4x4 pelo Brasil. Embora tenha sido em 2004, continua viva em nossa memória a aventura vivida. Foram em torno de 12 mil km pelo litoral brasileiro e região central do Brasil. Havíamos deixado Curitiba no dia 26 de dezembro de 2003. Neste dia do Jalapão, já era 25 de janeiro de 2004.
Na busca por um bom restaurante, encontramos esta churrascaria. Surpresa!! Os proprietários eram amigos nossos da nossa cidade no interior do Paraná, Francisco Beltrão. Se tivesse marcado, não aconteceria!
Era tão profundo o lamaçal que o macaco afundava no barro e não levantava o carro. Depois de horas tentando e com a ajuda dos "bebuns" conseguimos tirar o carro da lama preta.
Você praticamente pode mergulhar e é jogado de volta pela vertente de água quente. Muito gostoso. Dava para "sentar" na água, literalmente. A sensação é de estar flutuando sobre a água.
Para chegar nele, precisa ir por uma trilha e atravessar alguns riachos. Infelizmente não pudemos ficar muito tempo ali. Foram dois os motivos. O primeiro, pela perda do precioso tempo no atoladouro. Segundo, pelo "medo" de pumas e outros bichos que estavam fazendo barulho no meio do mato.
Depois fomos à Cachoeira do Formiga. Linda!!!! Água transparente e cor verde turquesa. Só o Stephan se aventurou num mergulho. Se vc quiser ver um site de viagens do Jalapão segue o link.http://www.jalapao.com/Roteiro.aspx
De volta a Mateiros, conversamos com o dono da bomba de combustível, para ver se não havia algum caminho que cortasse até Dianópolis - Tocantins, pois se chegássemos até lá, evitaríamos de voltar a Ponte Alta de To, Palmas e então pegar a Belem-Brasília. Economizaríamos em torno de 500 km. O fato é, que existia uma estrada que ligaria até as fazendas de soja no município de Luiz Magalhaes, já na Bahia. Mas esta estrada não estava em nenhum mapa e teríamos que nos guiar pelo "faro". Também sabia-se de uma ponte, no rio Sapão, que havia sido levada pela correnteza há algumas semanas. Talvez hoje, já exista alguma rota oficial, mas olhei no mapa de 2008 e ainda não consta nada. Então fizemos 80 km de estradas igual a esta aí da foto de cima. Sem sinalização, sem placas, sem nada. Se quebrássemos ou atolássemos no meio do trajeto, seriam 40 km para trás até Mateiros ou 40 km até as fazendas de soja. Graças a Deus não ocorreu bem isso .
Quando chegamos na planície do soja, nos deparamos com uma verdadeira hidrovia. Era pura água e para variar sempre na divisas das glebas haviam encruzilhadas. Nestas encruzilhadas não se podia discernir qual o caminho a tomar. Contávamos com a sorte. Decidíamos pela intuição qual caminho tomar. Cansados de sempre pensar em termos tomado a decisão errada, resolvemos parar numa fazenda (foto de cima- ao fundo nos eucaliptos) parta ver se alguém poderia nos conduzir para fora do labirinto. Sem contar, que não esquecíamos do tal rio sem a ponte. Estas estradas cheias de água, em alguns pontos eram bem rasas, mas em outros muito profundas, a ponto de submergir até o capô do motor da S10. Não queria molhar o filtro, pois se entrasse água nele, poderíamos comprometer o motor. Na fazenda encontrei conterrâneos paranaenses que nos mandaram um tratorista como guia até passar o Rio Sapão.
Nossa S10, bravamente cruzou pelo rio sem ponte. Não era largo, mas profundo. Ao entrar no rio, o carro literalmente mergulhou nele. Senti quebrar um dos faróis de milha e entortar a proteção tubolar frontal... mas não dei a mínima e com marcha reduzida e tração nas 4, cruzei o "estressado rio Sapão".
O Stephan ficou comigo no Truck, Claudia e Christian cruzaram a pé antes de mim. A Dani ficou atrás aguardando... ela viu, literalmente, o tanque de combustível da s-10. Em suas palavras e chorando inconsolada: - Pai, o nosso carro deu uma "bicuda" no rio...!!! tadinha! Mas logo estava no braços do papai e ficou mais tranquila.
E assim continuou a façanha. Água, muita água! Já não sabia se entrava devagar, na reduzida ou se chutava a toda força... e não chegava mais a tal cooperativa, da qual haviam nos contado o piloto e o engenheiro da fazenda que nos emprestou o guia com o trator. Depois de algumas horas, já escuro, encontramos a tal vila da cooperativa dos colonos. Ali nos hospedamos num alojamento de "viajantes" (vendedores de produtos agrícolas). No mercadinho da vila encomendamos uma pizza. Ao saborear cada pedaço de pizza, todos calados, lembrávamos o que se passara nas últimas horas. Desta vez senti de verdade que havia exagerado na aventura e talvez tenha colocado minha família em risco. Dei graças a Deus por não ter permitido nenhuma desgraça.
No dia seguinte, quando achávamos que já teríamos maior tranquilidade, acabamos entrando num poço de água tão profundo que a água passou do capô dianteiro... não deixei morrer o motor, mas depois fui averiguar e o filtro de ar havia sido molhado. Parei este agricultor e adivinhem? Falei alemão com ele. É do Paraná de Witmarsun em Palmeira. Ali estavam os menonitas. Já falei sobre este povo em de meus primeiros "post". Aproveitei para secar o filtro no escapamento do trator dele.
Aos poucos percebemos os nomes das fazendas entalhadas em pedras nas entradas das sedes. Duck, Penner, Jensen, Pauls, Epp e etc... paramos no Abraham Duck para dar um alozinho. Velho amigo da familia Brunner e pais de nossa amiga Anelise.
Depois disto passamos por um desfiladeiro cuja erosão estava tomando conta de toda a estrada. Haviam apenas alguns metros dela ainda sem serem levados pela água da chuva.
Este caminhão já devia estar aí por alguns dias. Desanimado, o motorista o abandonou.
Hora de abastecer carro e familia toda. estávamos encravados de barro até às orelhas. Fomos para Brasília. Lá, sem perguntar o preço, nos hospedamos no Bonaparte Hotel. Para pensar um pouco em tudo o que se havia passado e tentar tirar a "craca" adquirida no Jalapão, fomos para um banho de banheira maravilhoso. A verdade é que, ainda na semana seguinte, onde passamos uma semana na pousada do Rio Quente - Goiás, podíamos ver vestígios de nossa aventura pela selva Jalapenha. Barro, muito barro grudado na pele.
Era o quarto dia de fevereiro de 2004. Encostávamos nossa s-10 na garagem de nossa casa. Na bagagem muita roupa suja, intermináveis histórias para contar, inesquecíveis lembranças e milhares de fotografias... e um desejo unânime: Queremos voltar e fazer tudo de novo! Valeu a pena.
Era o quarto dia de fevereiro de 2004. Encostávamos nossa s-10 na garagem de nossa casa. Na bagagem muita roupa suja, intermináveis histórias para contar, inesquecíveis lembranças e milhares de fotografias... e um desejo unânime: Queremos voltar e fazer tudo de novo! Valeu a pena.
Não há nada mais prazeroso do que viajar! Não há nada mais gostoso do que voltar para o lar doce lar.
Obrigado por acompanhar nossa aventura com a 4x4. Tem mais por aí... na próxima semana devo iniciar uma nova história.
Obrigado
Celso
O legal de ter lido as aventuras de vcs na 4x4, foi poder rever(atraves das fotos e das citaçoes), alguns lugares por onde tambem passei e conheci.
ResponderExcluirTambem lembro dessa churrascaria em Palmas rsrsr
Que Deus continue abençoando vcs.
Ah!estamos de mudança de Vancouver pra Calgary e espero poder conhecer vcs.
Abraçao, Neuzinha
Amor ... que loucura, que delicia, que aventura!!! Foi msm uma viagem inesquecivel!! Ainda com nossas ccas "pequenass", a adrenalina foi maior!! Lembrancas que guardaremos por toda vida!! Vc foi o nosso heroi!!! rsrs Te amo!
ResponderExcluirMuito bacana estas fotos na Alemanha e Norte do Brasil, vocês realmente fazem jus ao nome do Blog.
ResponderExcluirUm grande abraço