sábado, 28 de novembro de 2009

Brasil. Sul a Norte numa S10 - 4x4. parte 1.

O "post" de hoje inicia, propriamente dito, a fase das aventuras da familia Brunner Prando. Os Giramundo. Nas postagens passadas contei um pouquinho da vida de menino, do desabrochar da paixão, do início de uma nova fase de vida com Deus, do comecinho da vida a dois e de nossos filhos. Agora pretendo contar em capítulos ou episódios fatos pitorescos acontecidos durante nossas viagens pelo Brasil e por algumas partes do mundo. Mas vez ou outra voltarei para narrar coisas do coração, dos sonhos, da fé, do amor e das manisfestações de Deus em nossas vidas, pois isso é o combustível para enfrentar o dia-a-dia. Relembrar das coisas boas do passado e sonhar com as futuras renova a cada dia minha esperança. Pois vejo nelas a atuação do poder de Deus. Isso se transforma em oração e esta, por sua vez, faz mover nossa motivação para uma vida mais harmônica, produtiva e feliz.

Muitos nos perguntam porquê vivemos no Canadá ao invés do Brasil. E talvez você faça o mesmo depois de ler alguns "posts" sobre o Brasil, tal qual o de hoje. O Brasil é lindo. Deus o priviligiou com uma diversidade gigante de fauna e flora. As extremas diferenças regionais do Brasil o tornam um país único em exuberante oferta de belezas naturais e encantadoras paisagens. Amamos o Brasil. Sabemos da grandeza do povo humilde e simpático brasileiro. Conhecemos a realidade do homem do campo, do sem teto da cidade, do sertanejo nordestino, do pobre e do rico. Vivemos as alegrias e as tristezas do povo brasileiro. Somos apaixonados pelo Brasil e nossa oração é para que o Poder de Deus alcance com sua graça irresistível todos os rincões brasileiros. Do Iapóque ao Chuí... Que a violência dê lugar ao diálogo, ao acordo, a paz. Que a fome desapareça do solo brasileiro. Que as crianças sejam honradas e amadas pelos adultos. Que o povo brasileiro possa viver uma vida digna de um ser humano, criado por Deus para ter vida e vida com abundância. Sabemos que a resposta prá isso tudo, se define num frase dita por Deus diretamente a Salomão nos dias da festa da consagração do templo de Jerusalém.
"se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra."2 Crônicas 7:14

Era dia 26 de dezembro de 2003. As malas já estavam carregadas na S10 4x4. Até altas horas da noite dos meses anteriores, Claudia e eu havíamos calculado detalhes desta viagem. Nosso objetivo.: Subir até o Maranhão pela maravilhosa costa brasileira. Descer pelo centro brasileiro. Passar em Brasília, descansar em Caldas Novas na pousada do Rio Quente e voltar para Curitiba em 4 de fevereiro de 2004. Iniciava neste dia uma viagem sonhada anos antes. O Stephan estava com 12 anos. Christian com 10 e Daniela com 7 aninhos.

Já que conhecíamos o Litoral de Rio Grande do Sul até o Espírito Santo de outras viagens. Ent'ao, saímos de Curitiba e cortamos todo o Estado de São Paulo pela Fernão Dias. Nossa intenção, em Minas Gerais era conhecer as cidades do período colonial. Ouro Preto, São João Del Rey, Tiradentes, Congonhas e etc. Em 2001, numa viagem ao Rio Grande do Sul, em Gramado, descobrimos que nossos filhos eram super interessados em conhecer monumentos e arquiteturas antigas. Então desde aquela época, não medimos esforços em deixá-los conhecer pontos turísticos, históricamente se falando, indispensáveis. Mas penso que na região de Ouro Preto tenha sido até muita informação em pouco espaço de tempo. Mas foi muito proveitoso. Com crianças viajando a bordo de um carro relativamente pequeno como a S10, é preciso ser criativo durante os trajetos e mais ainda durante os passeios. Toda a correria turísitica de muitas horas diárias deve ser recompensada com um hotel razoável em conforto e infra-estrutura. As crianças precisam de uma piscina ou de um "hot tube", pelo menos. Por mais cansados que estivessem, este era um quisito quse obrigatório na busca por um hotel. Por isso, antes de viajar com teus "pimpolhos", abra mão de ser "pão-duro". Um bom planejamento fará da viagem de férias tempos inesquecíveis. Quando relembramos nossas viagens, um dos passatempos preferidos deles até hoje, é tentar lembrar dos hotéis onde nos hospedamos e as peculariedades de cada um. Acredite, é super divertido lembrar destes detalhes. A Dani tem até uma coleção de chaves (cartões) dos hotéis. As refeiçoes são algo que não devemos menosprezar. Ninguém viaja milhares de quilômetros só na batatinha frita ou no sanduiche. Uma alimentação saudável é indispensável para o sucesso de uma viagem de aventura ou turismo. É necessário ter me mãos um boa guia de restaurantes e hotéis. A Claudia sempre usou o Guia 4 rodas. ( http://viajeaqui.abril.com.br/g4r/)



Digo a Claudia, porquê ela sempre foi minha guia em todas as viagens. Mapas e rotas sempre deixei na mão dela. GPS viemos conhecer só agora recentemente, aqui no Canadá. Ainda assim não dispensamos mapas e guias turísiticos. A Família quando viaja toda junta, deve sentir-se em espírito de equipe, se assim não for, termina antes da hora. Por isso é de suma importância delegar responsabilidades a todos durante a viagem. Alguém faz os registros de gastos e quilometragem, outro organiza as fotos, alguém cuida dos mapas, organiza a "bagunça" no carro e etc.

Da região do ouro do período colonial, passamos em Belo Horizonte. Era da vontade de todos passar na Igreja Batista da Lagoinha, haja visto a "fama" do Diante do Trono no Brasil naqueles anos (http://www.diantedotrono.com.br)%20foi/ )Foi bom estar lá com os milhares de irmãos louvando ao Senhor, mas achamos muito grande e não tivemos comunhão ou conversa com ninguém. Por isso, chegamos a conclusão que igreja menor é mais acolhedora, assim como a nossa lá na perifiria de Curitiba, onde congregávamos na época.
De BH passamos por Teófilo Otoni e de lá para Ilhéus. Nesta cidade eu tinha uma visita comercial a fazer. A conciliação de viagem de férias e negócios, aconselho a fazer disso uma excessçao à regra. Algumas exceções podem ser bem administradas. Na verdade, este negócio acabou até me trazendo prejuízos. O cliente não pode mais honrar com os pagamentos e tive que fazer uma viagem de cobrança mais tarde. Para receber a conta peguei um carro na dívida. Vira e mexe nem mesmo empatou o dinheiro. Por isso afirmo que, viagens de lazer e negócios tendem a não dar certo.
De Ilhéus iniciamos a subida pelo litoral. Nossa próxima parada foi Salvador. Em Salvador passamos a virada do ano com nossa tia Niki. E no próximo capítulo falarei um pouco da Bahia ao Fortaleza.

Sempre procuramos transitar por estradas vicinais. Preferindo o interior, passando por vilarejos, conhecendo o povo e a realidade em que vivem. Nem sempre é possível evitar a rota turísitica, mas buscamos alternativas, o que dá um toque especial em nossas viagens. Por isso, frequentemente acabamos conhecendo lugares diferentes dos demais. A gente vai fotografando tudo o que aparece pela frente e de vez em quando paramos para trocar umas palavras com os moradores locais. Entre Ilheus e Ilha de Itaparica, terra de gente famosa como Ubaldo Dias Ribeiro, foi bem interessante. A Combi estava lotada e o jeito for andar no para-choque. Esta árvore estava linda demais. Aliás o litoral baiano é rico em árvores floridas. O povo desta região planta muito a "canela da Índia e colacam para secar na rua mesmo. E os carros tem de arranjar um jeito de passar pelas pequenas "ruelas" sobrando entre os panos com o produto para secagem..
Ver o povo do lugar, flar com o povo, trocar um pouco da cultura é muito agradável e divertido. A gente leva prá vida. Vale à pena mesmo! Mesmo em viagens de pacote turístico a gente tira um tempo para andar no calçadão, ir ao mercado municipal, se misturar com a muvuca toda. Desta forma acabamos conhecendo um Brasil mais real. Ir para as capitais nordestinas e se deter às orlas marítimas e ao mercado de artesanato é coisa de "gringo". Mesmo porquê, nesta regiões tudo é mais caro. Restaurante, souvinirs, artesanato tem boas opções cidade adentro. E lá a gente acaba vendo a diferença da infra-estruutra da orla marítima com a da cidade. Geralmente tudo é "maquiado" para fazer "bonito" na foto dos turistas.

Da Ilha de Itaparica para Salvador embarcamos neste Ferry Boat. Alguns minutos depois estávamos em Salvador da Bahia. Visitamos os lugares obrigatórios e saímos comer carne seca. No Shoping aero (alguma coisa) comi o melhor prato com carne seca até hoje. Depois experimentei em outros estados, mas o da Bahia estava estupendo.
Não sei como, mas não consegui achar o arquivo das fotos de Salvador. Então, fica para a próxima.

A você que leu até aqui, muito obrigado. Logo escreverei sobre as aventuras com a S10 na dunas de Natal, Canoa Quebrada, Jericoacara e Lençóis Maranhenses. Abraços. Celso.








sábado, 21 de novembro de 2009

Daniela, Christian e Stephan,

(foto tirada da ponte do Brooklyn - Ao fundo Ponte do Manhattan - NYC Verão 2009)
Entre muitas alegrias vividas nestes 22 anos e 7 meses de casamento, certamente vivemos três inesquecíveis. Por terem sido muito marcantes em nossas vidas, achei coerente e importante, dedicar um capítulo especial para eles, nossos filhos. Eles fazem parte da história. Em muitos episódios narrados aqui, eles estavam presentes e estarão nos que hão de vir, se assim Deus permitir.
Logo depois de nossa lua-de-mel... deixe-me melhorar esta frase, pois ainda penso, às vezes, estar vivendo em lua-de-mel! Bem, logo depois de nosso casamento e viagem de núpcias (bom...não chegou bem a ser uma viagem de núpcias, foi mais uma semana na praia de Caiobá/Matinhos-PR, mas muito interessante e engraçacada!) mas enfim, depois de alguns dias, viajamos para a Alemanha onde pretendíamos fazer nosso "pé-de-meia". Achamos conviniente evitar a vinda dos filhos logo de início, pois a intenção era dedicar a maior parte de nosso tempo em busca de trabalhos que rendessem algum dinheiro para construir nossa casa no Brasil e começar uma empresa, cujo ramo de atividade ainda desconhecíamos. É, nós também já tínhamos um sonho em comum com os demais brasileiros! O sonho da casa própria.

Depois de quase quatro anos de vida a dois, era grande a expectativa para iniciar a nossa familia. Trabalhamos bastante na Alemanha e já havíamos economizado o suficente para começar a construir uma casa em Curitiba e ainda não tínhamos a mínima idéia do que fazer profissionalmente no Brasil. Casamo-nos bem jovens e bonitos. Hoje somos só "bonitos"!!! A Claudia estava com 20 e eu 21. Mas, depois de alguns anos casados era hora de pensar em "filhos". A Claudia parou com o anticoncepcional no início de 1990. Já estávamos no Brasil e numa viagem para São Bernardino, no lago de Ipacaraí no Paraguai, a Claudia sentiu alguns enjôos. Lembro muito bem de um tio dela, Onkel Hein, ter dito: -Deve ser o Jakob. Quase toda familia descendente de alemães menonitas tem um Jakob como primeiro filho, sendo ele um varão (masculino)

A maezinha da Claudia era russa/alemã nascida na Sibéria em 1927. Ela descendia de um povo chamado menonita. Este nome vem de Menno Simons que em 1536, aderiu ao movimento anabatista. Os anabatistas foram uma ala de protestantes mais radicais. Embora Lutero tenha iniciado a reforma protestante ele não pregara um rebatismo do novo cristão. Menno Simons era de uma pequena vila chamada Witmarsun na Holanda. Numa de nossas viagens na Europa, visitamos o lugar. Assim como Martinho Lutero, também um sacerdote católico chamado para uma busca real a Deus. Nascido em 1846, ordenado padre católico em 1524 e convertido ao cristianismo reformado e aderindo aos anabatistas em 1536.Menno defendia que o batismo deveria ser algo de livre escolha do ser humano e por issoo não batizava mais crianças, por esta razão nasceu movimento conhecido até os dias atuais com este nome de Menonitas. Vale lembrar que dos anabatistas surgiram os mundialmente conhecidos, batistas.

(foto.: familia típica menonita. A média de filhos era esta mesmo. Familia gigante!!!!)
Destes corajosos e eximios agricultores surgiram outras vertentes teológicas, tais como o: Amish, Velhos Menonitas e Irmãos Menonitas. Muito conhecidos no mundo todo, estes irmãos são de rara estirpe de fé. No Brasil eles se concentram em diversos lugares. Bagé - RS, Presidente Getulio - SC, Curitiba, Palmeiras, Lapa(Witmarsun) - PR, Barreiras- BA e claro, estão espalhados mundo a fora. Muito presentes no Paraguai, Argentina, Uruguai, Bolivia, USA, Canadá, Suiça, Alemanha e assim por diante.A mãe da Claudia descendia do ramo "irmãos menonitas" (brudermenoniten em alemão e Brether Menonite em inlgês). E Ela foi parar no Paraguai e de lá para o Brasil. Você, que como eu, mora em Calgary já deve ter visto no Wall Mart, Vallue Village, Goodwill, Dolorama ou Dollar Giant, famílias inteiras vestidas do mesmo jeito?! As mulheres com uma espécie de toca na cabeça e as filhas pequenas ou grandes com a mesma vestimenta!? Os homens da casa, independente da idade com roupas iguais e chapéu na cabeça?! Estes são descendentes dos velhos menonitas.

Nunca considerei a mãe da Claudia como tão somente minha sogra. Talvez você tenha tido menos felicidade neste aspecto. Mas eu, por outro lado, fora agraciado com uma segunda mãe. Ela foi uma das pessoas mais admiradas por mim até hoje. Sábia, querida, honesta e sincera. Como morei bastante tempo longe de minha mãe, fui priviligiado com uma mãe substituta. Com ela colocava em prática o alemão que aprendera na "marra" na Alemanha.Tenho saudades.

Depois da viagem do Paraguai, já preocupados com alguns testes de farmácia e resultados negativos, desconfiávamos se havia alguma coisa errada com a saúde da Claudinha.Mas para nossa surpresa, no ultrassom, vimos um pequeno ser de apenas alguns centímetros, mas já capaz de mostrar um pouco do que seria num futuro bem breve. Super-ativo. Mexia bastante com o que se pareciam bracinhos e perninhas. E o menino não pára até hoje!! Nossa felicidade foi intensa. Não podíamos nos conter. Os primeiros a saber foram o Pai da Claudia e nosso cunhado Joel Indart, pois foram nos buscar no hospital. Stephan Mathias é o seu nome. Stephan em homenagem a um senhora de Hamburgo na Alemanha, que teve participação muito marcante em nossas vidas no início de nosso casamento. Seu sobrenome era Stephan. (Foto.: Stephan no Yellowstone National Park - Wyoming - Verão 2009)Ela foi nossa amiga nas horas difíceis, nos momentos incertos, nas dificuldades da distância, do isolamento, da vida dura de um casal imigrante. Mathias porquê significa "presente de Deus". O primeiro filho é surpreendente. Nós, pais, não estamos preparados para ter o primeiro filho. Por mais que tenhamos lido todo o Livro do Delamare(http://www.netsaber.com.br/resumos/ver_resumo_c_2242.html). Tenhamos buscado informações em diversas fontes e tenhamos ouvido atentos os conselhos de todos sobre o que fazer e deixar de fazer. Não existe nada mais real do que estar ali com o "pequeno ser" sob os teus cuidados. O danadinho estava sentado e a Claudia teve cesária na maternidade Curitiba. Era 24 de julho de 1991. Em casa, colocamos ele numa cestinha de vime e dormiu entre nós dois. A cada poucos minutos a gente se certificava de que ele estivesse mesmo vivo, cutucando ou chegando bem pertinho para ouvir a sua respiração!!! Dava um medo da responsabilidade entregue a dois jovens inexperientes, mas sentíamos Deus nos ajudando com aquela frágil tarefa. Claro, a experiência da Mãe da Claudinha ajudou bastante, mas a Claudia mandou ver e logo era muito eficiente em tudo relacionado ao pequenino. Hoje ele está com 18 anos. Estuda no SAIT - South Alberta Institute of Technology - em Calgary(http://www.sait.ca/). Quer ser engenheiro da aeronáutica. decidiu iniciar pela base, aprendendo mecânica de aviões. Todo mundo gosta do Stephan. Seu coração é do tamanho de um bonde, como diriam nossos amados amigos mineiros. (foto.: Stephan explicando um pouco do que tem aprendido aos amigos do Brasil, Alcindo e Raquel. - Nov. 2009)Em casa chamamos ele de Tébi. Depois saberão o porquê. Em "posts" vindouros terei a satisfação de falar mais sobre este menino lindo, cheio de fé, estudioso, alegre e com um coração voltado aos que ainda não tiveram a felicidade de conhecerem a graça irresistível do Deus verdadeiro. Ele está aprendendo piano e bateria e nos ajuda muito na igreja.

Quando o Stephan estava com quase dois anos, ganhou um maninho. Nesta época estávamos na Alemanha. Ele é nosso alemãozinho nato. O parto do Christian foi mesmo um "parto". A Claudia teve um trabalho de parto de 20 e poucas horas. Na Alemanha não tem a facilidade do Brasil para a Cesárea. E mesmo, neste caso, havendo a extrema necessidade de uma o professor do hospital e sua equipe, resolveram forçar um parto normal, que de normal não teve absolutamente nada. Graças à Deus que renova sua misericórida sobre nós todas as manhãs, nosso filho nasceu perfeito e a Claudia se recuperou bem depois de ficar oito dias no hospital.

Entre nossas idas e vindas entre Brasil e Alemanha, teve esta que foi muito produtiva.
Em maio de 1992 ainda com nossa casa em construção na cidade de Curitiba, foi necessário voltar para levantar mais recursos. Eu fui na frente arrumar trabalho e moradia. Depois de algumas semanas a Claudia veio com o Bebê (Stephan), acompanhada de sua irmã Damaris. Foi um período muito especial para nossa pequena família. Apesar de eu estar muito ocupado com o trabalho, sempre havia um tempinho para ficar um com o outro, sair passear nos lindos parques às margens do rio Elbe com o nosso Stephan. Sobrava um tempinho para sonhar e compartilhar os sonhos. Também sobrou um "tempinho" para "encomendar" o nosso segundo filho.

Mesmo com a Claudinha grávida, fomos para o Brasil para fazer nossa mudança em Curitiba. Diria que fora mais uma mudança de endereço, pois não tínhamos nenhum móvel ou eletrodoméstico.(Foto.: Christian em Ontario -Niagara Falls - Verão 2009) Os pais da Claudia nos receberam em sua humilde casa durante nossas estadas no Brasil ao longo de seis anos. E olha que a casa onde moravam não era bem uma casa. Aqui no Canadá conhecemos por "Basement Walkout". No Brasil é "porão" mesmo. Aquele lugar havia sido oferecido gratuitamente por imãos em Cristo para a familia Brunner. Ali viveram por um período de 8 anos. Posso garantir para você, que apesar de ter sido um lugar muito pequeno, desconfortável, úmido e etc. Havia naquele lar algo especial, algo de Deus, algo sobrenatural . Havia uma gratidão por aquele espaço. Havia amor naquela casa e mesmo sendo tudo o que descrevi, vivia cheio de gente buscando conforto e alívio espiritual. Ali reinava Cristo.

Era chegado o momento de retribuir. Convidamos os pais da Claudia para morarem conosco. Era uma singela maneira de tentar retribuir por todo o tempo dispensado a nós nos ultimos anos e pela confiança depositada em mim, consentindo a mão da filha a alguém que andava com uma "mão atrás e outra na frente". Em março de 1993 mudamos oficialmente para a nossa casa onde até hoje desfrutamos de conforto, muito espaço, alegria, bênçãos, desafios, compartilhamento e muito mais. É o porto seguro para todos os intervalos de aventuras. É um sonho. No meio da natureza e longe da agitação da cidade grande. Um lugar para sonhar.
(foto.: Construímos esta casa estilo germânica. Ficou maior do que a idéia inicial, mas valeu a pena todo esforço.)
Ao voltarmos para a Alemanha levamos um visitante. Antonio, o meu irmão Tonho. Outrora conhecido por Toninho e Nêne. Sobre os quase 6 meses do Tonho em Hamburg, vou escrever no capítulo onde falarei sobre o nascimento da nossa empresa. Eurosport Indústria e Comércio de Brinquedos Ltda. ( http://www.eurosport.com.br/ ) (Foto.: Sede da nossa empresa de fabricação de brinquedos infláveis na região metropolitana de Curitiba)
Agora, gostaria de continuar sobre outros "nascimentos". Acho que viajei um pouco. Mas.. voltando.

Era junho de 1993. Já havíamos combinado tudo a proceder na hora em que viriam as dores. A malinha estava pronta. Nosso "land lord" nos levaria para o hospital. Tudo preparado. A Regina Arlt esposa do "land Lord" (Dono da casa onde alugávamos, acho que no Brasil se chama "senhorio")até preparou uma capa de plástico transparente sobre o banco de couro da Mercedez c600. Precaução, disse ela, caso estoure a bolsa de líquido amniótico!!! Ha, ha !!! Estes alemães!!:)
Como havia falado anteriormente, o parto do Christian foi um "parto". Quero ver se a Claudia, um dia desses, escreve sobre isto. Meu amigo Karlson, de Calgary, se interessou em saber algumas histórias contadas pela óptica dela. Achei boa a sugestão, obrigado.
O Christian nasceu cabeludo, forte e quase um "homenzinho". O siganificado do nome acho que é conhecido de todos. Tem origem do latim e quer dizer o seguidor de Cristo. O segundo nome é Raphael que significa curado por Deus e é de origem hebraica.
Uma característica do Christian sempre foi ser muito carinhoso. Desde pequenino, ao invés de dormir em nossos braços era ele quem queria nos abraçar. Foi ele quem inventou o apelido do Stephan, pois não conseguia falar o nome e dizia qualquer como Tepi, Pépe ou algo assim... e ficou então Tébi, até hoje.
Atualmente o Christian estuda no Bishop Grandin Highschool.(http://www.bghs.ca/) Está no grau 11. Gosta muito de matemática e física. Pretende estudar engenharia, provávelmente mecânica. Está aprendendo a tocar Cello, contra-baixo e violão. Ajuda no louvor da igreja brasileira e canadense. Como ele dispôe de mais tempo, me ajuda bastante no serviço de apoio ao imigrante em Calgary.

Desde menina a Claudia sonhava com filhos. Como toda mulher, também sonhava com uma menina para poder cuidar do seu jeito, arrumar do seu gosto. Ter uma amiga para sempre. Lembro-me muito bem de quantas vezes ela orou pedindo ao Senhor que permetisse uma menina se fosse de Sua vontade. Não sei precisar se os sonhos da Claudia eram sonhados como os meus... mas sei que Deus abençoa os sonhos de seus filhos. (foto. Dani com 1 aninho)
Em 1996 em Curitiba nasceu a Daniela Kathrin. Que menina linda. Muitos dizem que é a carinha da mamãe. E é mesmo. A Claudia já estava muito segura e experiente com seus meninos correndo pela casa, jogando, pulando e fazendo a vida valer a pena para uma criança. Ter a Daniela foi uma recompensa de Deus para uma mãe dedicada, amável e doce como ela. A Dani, como a chamamos, cresceu em graça e formosura. Menina doce, querida e obediente. Para quem teve meninos e meninas creio ser muito fácil de compreender o que falo. Meninas são precoces em muitos aspectos e tem um trato diferenciado de nós homens. Elas são delicadas, amorosas e bonitas de qualquer jeito. Deus ao criar a mulher usou de sua soberana sabedoria e fez algo que valesse a pena. Nossa menina é tudo de bom. Veio completar nossa familia e trazer ainda mais felicidade ao que já era ótimo. O nome Daniela é porquê eu queria muito colocar o nome da Claudia. Depois de muitas negociações ficamos com Daniela. o nome tem origem hebraica e quer dizer Deus é meu Juiz. Kathrin tem origem grega e significa pura. Na verdade, foi uma homengem a uma grande amiga do coração que mora em Langnau na Suiça.

A Dani estuda na St. Stephen Junior Highschool.(http://www.cssd.ab.ca/schools/ststephen/) Está cursando o grau 7. Na semana passada fez um trabalho de inglês e ganhou 100%. O professor falou a todos os alunos que este deveria ser o modelo de um bom trabalho. Só lembrando, há dois anos ela não falava nenhuma palavra em inglês. Ela está aprendendo piano e flauta transversal. Toca na banda da escola e ajuda na igreja na equipe de louvor como vocalista.

Estes três são os mais preciosos presentes de Deus, colocados sob nossa responsabilidade. Sabemos que somos limitados e cometemos erros. Por isso, Claudia e eu, buscamos em Deus a sabedoria para educar nossos filhos dentro de padrões éticos, morais e cristãos. A biblia é o nosso manual para qualquer assunto e ocasião e nela encontramos respostas precisas para toda e qualquer dúvida. E para finalizar, gostaria de deixar um versículo bíblico para meditação. Trata-se de uma promessa bíblica para você, para mim e nossas gerações vindouras.

Guarda e ouve todas estas palavras que te ordeno, para que bem te suceda a ti e a teus filhos depois de ti para sempre, quando fizeres o que for bom e reto aos olhos do SENHOR teu Deus. Dt 12.28

Queridos, sei que este "post" ficou bem longo. Desculpa. Obrigado por ter lido até o final.
Se você ainda tem forças, depois de ler tudo isso, poderá deixar um comentário, se quiser.
Até a semana que vem.
Abraços
Celso.

sábado, 14 de novembro de 2009

Familia: Um projeto de Deus - Deu namoro, noivado e casamento!!!

Queridos Leitores!

No último domingo, após ao culto, em torno de 8 pessoas vieram comentar sobre as histórias do "blog" Os Giramundo. Achei fantástico. Pois julgava pelos comentários abaixo dos "posts", terem sido poucos os interessados. Ledo engano. Muitos estão acompanhando. Alguns chamaram até de "novela". O bom desta "novela" é haver somente fatos verdadeiros e acontecimentos pitorescos na vida de um homem simples que saiu do "nada" e por razões que só Deus sabe, de vez em quando acerta uma ou outra. No mais, sou como todos nós humanos, vivo errando. Mas tenho aprendido bastante e faço juz ao ditado: É errando que se aprende!



Neste capítulo vou tentar resumir um pouco mais na intenção e iniciar logo com "posts" mais recentes. Não gostaria de entediar o amado leitor, esta é minha maior preocupação. Embora, eu possa te garantir, que voltarei ao passado para relatar fatos relevantes à minha história.


O encontro havia sido marcado para as 20.00 horas. A casa ficava num bairro bonito da cidade. Estava bem acima do nivel da rua e para chegar até a porta, havia um acesso do tipo rampa. O jardim era espaçoso e muito bem cuidado. Duas palmeiras davam um toque tropical na morada. Ali, naquele aconchegante e confortável lugar morava o que havia de mais precioso para mim sobre a face da terra. Deus conhecia os meus sonhos. Não é possivel haver tamanha coincidência!!! Eu sonhava com um lugar asssim. Ah... Deus só podia saber!!! Ele entrava em meu pensamento e permetia-me sonhar!!! Ah! Os meus sonhos... eles eram coloridos e cheios de vida. Como foi bom eu sonhar!!!


Naquele dia o relógio resolveu dar uma demorada. Os minutos pareciam horas. Eu simplesmente não conseguia pensar em outra coisa. Com seria linda aquela noite! Maravilhosa, inesquecível! Saindo do trabalho, corri até em casa. Meus irmãos já sabiam. Era hoje o grande dia. Vesti minha melhor calça, minha melhor camisa de botão, lustrei meu único sapato. A euforia dentro de mim era turbilhante. Tanta coisa boa acontecendo. Dias antes, me acertara com Deus. E Deus era "o Cara"! Ele estava por dentro dos meus sonhos de menino e pelo jeito estava aprovando!!! Fantástico este Deus amigo, de relacionamento, de graça, de amor!!! Eu mal conseguia conter minha alegria em Tê-lo conhecido tão de perto há apenas alguns dias atrás. Contava prá todo mundo. Engraçado, alguns não deram a mínima! Mas nem me importava e curtia o momento da graça e da bênção.


Passei numa lojinha de importados do Paraguai (tá rindo! Isso mesmo!) e comprei uma panterinha cor de rosa. Claro, o motivo principal foi o preço e a escassez de opções. Teria comprado, se tivesse em condição financeira mais cômoda, algo de maior representatividade. Naquele dia por ser "prá lá" de especial, meu chefe autorizou ir com o carro da firma prá casa. É claro, meu chefe sabia de tudo. Todos sabiam. A secretária, o motorista, o almoxarife. Todos. E a "torcida" era toda a meu favor. Bem.. eles aturaram por um ano as histórias contadas aqui para vocês, e eu sempre gostei dos detalhes. Coitados!!! Pontualmente, apertei a campainha. Era dia 27 de novembro de 1984. Terça-feira. Dia de pedir permissão aos pais de minha amada, para namorar. Atrás daquela porta, ao se abrir vagarosamente, uma miragem. Mais se parecia uma princesa do que sua blusa de marinheiro acusava. Mas mesmo vestida em branco com listras azuis e símbolos marinos, seu suave perfume, seu rosto meigo, olhar cativante, sorriso lindo e natural, a adornavam e numa visão surreal a tornavam uma princesa, mesmo que dos mares.

Nem mesmo me dera conta do horário marcado ser sagrado para quase todo brasileiro. Jornal nacional. Isso mesmo. assisti todo o programa sentado com a familia, ao lado do sogrão! O Jornal Nacional daquele dia só podia ser um especial. Durou, na minha opinião, mais de uma hora.

Sentados ao redor da mesa o pai, a mãe, minha querida e eu. Ao abrir da palavra de Deus foram lidos alguns versículos direcionados ao que se espera de um cristão em suas atitudes diárias. Alguns conselhos pessoais foram proferidos. Eu, agora com uma consciência um pouco mais treinada para as coisas do Pai concordei com tudo. Sinceramente, eu teria concordado de qualquer forma com qualquer coisa, desde que recebesse sua filha em namoro. Mas tudo o que os pais da Claudinha falaram era fato. Era verdadeiro. Era de valor imensurável e aqueles conselhos vieram a calhar. E tenho certeza absoluta da direção de Deus naquela hora. Lembro de cada gesto, palavra, olhar como se fosse hoje. Se você, amado leitor é jovem e ainda está pensando em se casar, quando for namorar marque um encontro com os pais da menina e peça a permissão e bênção para sair com ela. Um bom começo dará sinais de um bom final. Você não faz idéia da diferença que isto fará na vida de vocês. Agora se você não quer nada sério com o namoro, então não tenho conselhos para este caso. Começar bem é bom, mas melhor ainda é terminar bem.

Nosso namoro foi um tempo muito especial. Fomos crescendo em vários aspectos. Para mim tudo era novidade e minha vida com Deus dava sinais de amadurecimento. Depois de 2 anos de namoro, tivemos o consentimento dos nossos pais, para o noivado. Dia 13 de dezembro de 1986, sábado, em francisco Beltrão, junto com familiares, amigos e irmãos tivemos um culto de agradecimento a Deus onde oficializamos nosso noivado. Ainda sobre nosso namoro, o estimado leitor terá oportunidades futuras em ler espisódios específicos. Foram momentos vividos intensamente, com paixão, amor e muita consciência. Havíamos nos guardado um para o outro e não queríamos frustar nossas expectativas para a lua de mel, antecipando nosso relacionamento sexual. O namoro foi uma etapa onde aprendemos a conhecer mais um ao outro e onde aprendemos, principalmente eu, a esperar. Esperar o momento certo. Comecei a entender as sábias palavras de Salomão, em Eclisiastes 3: 1-8

Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;
Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;
Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;
Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.


O esperado dia do casamento foi com certeza, um dos mais importantes de nossas vidas. Era 11 de abril de 1987. Foi em Curitiba. Minha familia toda veio do interior para testemunhar nosso compromisso. Com certeza, um dos momentos mágicos de nosso relacionamento. Era a consumação de parte importante do meus sonhos desde menino. Menino da roça. Agora já não agia como menino, pois outrora pensava e falava como menino. Mas os sonhos, ah!Os meus sonhos! Estes ainda eram presentes e o são até os dias atuais. Eles continuam sendo sonhados. Continuam sendo colocados na presença do Pai. O Pai que conhece o resultado final do quebra cabeças. O Pai que contemplava lá do trono do glória a vida do menino que se fizera homem e resolvera formar uma só carne. Ah! Naquele dia Ele deveria estar sorrindo ao ver aquele segundo "sim" também muito importante na vida de todo homem e toda mulher. Ele havia constituido isto há alguns milhares de anos com o "homem" e a "mulher" por ele criados e soprados em vida. Agora transferia a Sua soberana vontade de uma só carne entre Celso e Claudia, filhos amados que buscavam obedece-lo. Deus conhecia o sonho do garoto da roça, sonhado há alguns anos em tornar-se "homem bem casado". Ele permitia os sonhos serem sonhados com tantos detalhes. O ambiente daquela cerimônia religiosa era agradável, alegre, divertido, santo e solene. Os meus passos pareciam estar nas alturas, flutuantes, suaves.

A semana que antecedera o casamento fora muito ativa. Os preparativos para a festa tomaram todo o nosso tempo. Padrinhos, fotógrafos, recepção, convidados... tudo fora preparado com grande carinho e cada detalhe era visto como parte principal e meticulosamente programado para que o que acontecesse fosse para honra e glória do Senhor. Mesmo assim havia tempo para parar, olhar nos olhos e dizer palavras de apoio e encorajamento um para o outro, pois éramos conscientes do passo a ser tomado por nós. A decisão era a maior de nossas vidas e sabíamos da lutas e barreiras a esperar pela gente. Seria chover no molhado falar da mais bela e apaixonante noiva vista em minha vida. Mas, preciso falar aqui. A Claudinha estava simplesmente magnífica. Com certeza era a filha do Rei. A princesa linda e maravilhosa que Deus estava colocando sob a minha responsabilidade. Quando a vi entrando naquela igreja, meu coração palpitou e tremi diante do que Deus preparara para mim... meu coração clamava ao Senhor: Permita-me fazê-la feliz. Permita-me honrá-la para o resto de minha vida. Permita-me Paizinho, ser um "homem bem casado" segundo o Teu coração.

Nossa lua de mel também merece um capítulo especial. Ali começaram as aventuras a dois, de fato. Mas não vou me deter no momento. Só gostaria de dizer que não há nada mais especial do que descobrir "tudo" juntos e pela primeira vez. Acho que você está entendendo o que quero dizer...!!! Jovens, vale a pena esperar. Garanto para vocês!!!
Hamburg - Alemanha - Nosso lar entre 1987 e 1993.
Depois de 30 dias no Brasil. Fomos morar onde seria nosso lar por alguns anos. Alemanha. Ali nasceu "Os Giramundo", embora nunca fora escrito antes. A experiência como imigrante não é exclusiva do Canadá. Vivemos por 6 anos e alguns meses em Hamburgo. Você verá em muitos "posts" futuros, menções sobre este tempo.

Por hoje vou ficar por aqui. Me perdoem, nesta semana estamos, como já citado anteriormente, com visitas muito especiais em nossa casa, e preferi dar boa parte de nosso tempo para eles.

Na semana que vem vou contar um pouco sobre três presentes maravilhos que Claudia e eu ganhamos sem merecimento algum.

Obrigado por estar acompanhando nossa história e se você tiver um tempo deixe um comentário logo abaixo. Que Deus te abençôe.

Celso.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Familia: Um projeto de Deus. "Nasci de novo."

Queridos amigos leitores.

Esta semana foi atípica em compromissos e não consegui postar antes. Na semana vindoura não será diferente, pois teremos visitas muito especiais do Brasil. Mesmo assim vou tentar postar semanalmente, pois não vejo a hora de começar a contar um pouco sobre nossas viagens aventureiras por algumas partes do mundo. Teremos muitos capítulos sobre este tema. Fico animado, pois de algumas delas por serem mais recentes, disponho de fotos, o que torna a leitura mais atrativa. Mas antes, gostaria de terminar o tópico sobre minha família. Não posso continuar sem antes explicar a origem de tudo. Mesmo porquê, minha família está incluída nas aventuras de "Os Giramundo". Em algumas delas fomos somente Claudia e eu. Mas, eu diria, em 85% delas, nossos filhos estavam conosco. Só para adiantar, escreverei alguns capítulos como: "Vinte países em 30 dias". "Surpresa!!! Deserto do Atacama". "Europa em 56 dias num Motorhome". "Perdidos no Jalapão". "Do Paraná ao Maranhão numa 4x4". "Alaska Highway". "O verão de 29 ursos". "17.287 km -Canadá e USA - coast to coast" ."Peru: De Cuzco a Pucallpa" e muito mais.
(Temos um mapa-mundi em casa, com alfinetes espetados por onde já estivemos. A gente vê como o mundo é grande e que "os giramundo", só pela graça de Deus, poderão passar por cerca de 10% dele.)

Bom, voltemos pois, no tempo. Depois de ter conhecido aquela que seria minha eterna companheira de aventuras, desafios, obstáculos e com quem compartilharia toda a minha vida, sejam conquistas ou derrotas, saúde ou doença, alegrias ou tristezas. Aquela pela qual me apaixonara de corpo e alma.Mas que, mesmo no arder da paixão eu estava consciente que ao dizer "sim" para ela, estaria dizendo um "não" para todas as outras mulheres do mundo. Depois de quase 23 anos casado com ela e a conhecendo a exatamente 9.522 dias, ou 228.513 horas (hora da postagem),ou 13.710.837 minutos percebo que foi o segundo melhor "sim" da minha vida. Aquela paixão adolescente, foi dando lugar a um compromisso de lealdade, fidelidade. Daquela paixão de dois jovens sonhando um futuro feliz e promissor, brotou um amor cúmplice, fiel, amigo e que, mesmo nas lutas, dificuldades, ataques do inimigo, perseverara em torno de um compromisso de uma aliança eterna e de um casamento a três. Deus, Claudia e Celso.

Deixa eu explicar o primeiro "sim", antes que você me entenda mal. Minha vida com Deus até meus 18 anos existia, por conta de minha "religiosidade". Fora seminarista católico por 2 anos. Aliás, o orgulho de uma família italiana ao sul do Brasil, era ter um filho clérigo. Dos 12 irmãos de meu pai, três tiveram oportunidade de, como diziam: "Ir a padre". No decorrer dos estudos, dois deles descobriram seu chamado para outras áreas e um outro infelizmente teve um acidente no seminário e veio a falecer. Lembro bem do dia que decidi falar com meus pais sobre isso e percebi a felicidade deles. Mas Deus tinha outros planos. Aliás, minha curta experiência no seminário católico, renderá certamente bons capítulos mais a frente. Na minha paróquia, era catecista desde menino, ajudava na liturgia e pela minha aguçada vocação para o rádio, gostava muito de falar em público.Os microfones eram minha paixão. Mas ao conhecer a Claudia, percebi algo diferente no seu andar com Deus, no convívio amigável e pacífico de sua família, nas razões que me expusera sobre seu propósito de vida. Diferentemente de minha "religiosidade", percebia em sua vida um "relacionamento com Deus", algo que se parecia muito com uma "amizade" muito íntima com Deus. Uauuu! Fantástico!! Maravilha!!Sempre buscara algo assim. Mas nunca ninguém havia proposto algo tão profundo.
Celso e Claudia Prando - 15 de outubro de 2009- Calgary AB

Por um ano nossa amizade se aprofundou muito. Sabíamos da paixão existente um pelo outro, e nossas declarações e juras de amor eram intensas, expontâneas e comuns. Neste período nunca tivemos um contato físico, exceto por um tímido beijinho ou outro na face, um aperto de mão e olhares muito significantes. Mas os corações estavam ardendo um pelo outro. Certo dia, eu a pedi em namoro. Ela muito mansamente tentara me explicar a necessidade de haver em mim uma mudança interna em relação a Deus. Eu deveria experimentar uma vida de relacionamento com Ele. Sim... claro tudo isso era bom, mas qual a relação entre isso e nosso namoro? Em nenhum momento ela me pressionou para tomar uma decisão, mas também não queria ser muito direta comigo, por isso tomei a iniciativa de conversar com o pai dela e esclarecer tudo, afim de colocar os pingos nos "is", e saber o que de fato, como diriam os adolescentes de hoje: "Estava pegando"!
O primeiro encontro com o pai da Claudia não foi o suficiente para que converssássemos tudo. Horas e horas de conversas em torno da palavra de Deus. Claro, ele gentilmente me explicou de um combinado feito entre ele e suas filhas, para namoro só depois dos 18 anos. A Claudinha ainda tinha 17 anos. Mais isso não seria tudo. Segundo ele, havia algo mais importante para mim do que o namoro com sua filha. Em suas palavras, "se for vontade de Deus, acontecerá". O que poderia haver mais importante para um rapaz de 18 anos do que começar a namorar com a moça mais linda da cidade!!! ??? De longe a mais linda! Em um ano de amizade e paixão por ela, percebera que o meu "sonho" era comum entre 90% dos rapazes da cidade. Namorar com ela era meu foco, meu desejo, meu desafio, meu "impossível". Para mim não poderia haver algo mais importante do que aquilo! Era tudo o que eu tanto queria!? A conversa mansa e agradável do pai da mulher que seria a única de minha vida, por mais incrível que possa parecer a você, era algo prazeiroso, agradável. Mesmo com seu leve sotaque alemão, sua seriedade como pai e pastor, saíam de sua boca, palavras sábias, encorajadoras, desafiadoras. Tudo era comprovado ao abrir a bíblia, e para que não houvesse nehuma dúvida, ele fez questão de usar uma edição Ave Maria (publicadora católica). Aqueles versículos vinham de encontro a um terreno fértil e sedento, sabiamente regado e cultivado em um ano de conversas com a filha dele. Sempre, entre uma declaração e outra do amor ardente de dentro dos nossos corações e de planos para um futuro feliz e emocionante, havia uma pitada de testemunho pessoal, obras que Deus vinha realizando e sua fartura de amor pelos homens. Tudo era astutamente lançado em meu coração. Soube depois, das suas constantes orações por mim para que eu entedesse a proposta salvadora e libertadora de Cristo Jesus.
Era mês de setembro de 1984. Tanto a primeira quanto a segunda conversa com Seu Horst Brunner duraram em torno de três horas cada, mas o que houve mesmo foi grande disputa na minha cabeça nas semanas seguintes, entre a novidade que eu ouvira sobre a salvação em Cristo Jesus e a minha enlouquecedora paixão pela mais linda criação de Deus, a inequecível moça de cabelos louros, sorriso embriagante e contagiosa simpatia. Mesmo meio confuso com tanta coisa boa acontecendo ao mesmo tempo sei que a minha percepção foi real. Esta família tinha algo especial. Fora do comum. Diferente do padrão familiar de onde eu convivia. Era algo que desejei para mim. Entendi que para meus sonhos se tornarem realidade deveria viver aquilo tão visível neles. Conformado diante dos fatos, aceitei com facilidade a sua proposta de não procurar mais por sua filha, não oferecer mais carona, não insistir com telefonemas até que ela fizesse 18 anos e até que eu percebesse a necessidade de fazer um compromisso de relacionamento profundo com Deus. Mas era algo que eu deveria descobrir sozinho. Era algo pessoal e vertical. Eu e Deus.
Pedi permissão para entregar um presente que já havia comprado para ela, para dar na ocasião do seu aniversário que seria em algumas semanas. Ele concordou, mas me desafiou a buscar Deus através da oração e leitura da Palavra. Pois, dizia ele, isto fará a grande diferença na tua vida, eu garanto para você.Também me convidou para participar de uma série de estudos bíblicos e pregações a acontecer em Pato Branco, no próximo feriado de finados.

(Entre Pato Branco (foto) e Francisco Beltrão houve sempre grande disputa para saber qual delas era maior e mais importante para o sudoeste do Paraná. A concorrência continua até hoje.)
Movido pela curiosidade de saber mais deste imenso amor de Deus por mim, ao ponto de ter dado seu filho Jesus para morrer pelo meu pecado em morte horrenda de cruz, fui para a cidade vizinha. Quando digo que Deus faz coisas maravilhosas é porquê Ele faz mesmo!!! Do sonho de ser homem casado, constituir familia, ter filhos graciosos, esposa querida, Ele me leva para uma série de pregações com o tema: DEUS SALVE A FAMILIA! Meus sonhos estavam se casando. O quebra-cabeças estava sendo montado. Eu, até então não compreendera, mas Deus que vê tudo lá de cima, tinha um panorama geral de toda minha trajetória e já sabia onde as peças se encaixavam, embora para mim, diante da minha insignificância, só conseguia enxergar as peças soltas e sem perspectiva de grandes resultados. Dia de finados no Brasil. 2 de novembro de 1984. Diante da constante voz do Espirito Santo e das provas reais de um amor incondicional de Deus por mim, entendi que a morte de Cristo foi para que eu pudesse crer e não mais perecer e ter a vida eterna. Dias dos mortos nasci para a vida. Falei neste dia o "sim" mais importante da minha vida. Falei "sim" para Jesus Cristo e rejeitei com um "não" toda e qualquer "religiosidade" na minha vida. Eu falei "sim" para um relacionamento com Deus e tem crescido a cada dia que passa e a todo momento tenho aprendido sobre o amor Dele por mim e também por você, caro amigo, um amor incondicional, genuíno e real. Nasci de novo. Toda minha história como "homem casado", homem de negócios, homem de família, homem aventureiro, considerada por muitos de vocês como sucesso e até "modelo" para alguns, só foi possível por ter reconhecido diante de Deus a minha condição de pecador. Lancei fora todo o orgulho que é considerado a raíz do pecado. Humilhei-me diante do Pai e pedi perdão por ter vivido separado Dele por tantos anos e iniciei uma nova vida. (foto: Pastor Nilson do Amaral Fanini. Nasc. 18/03/32 em Curitiba. Falec.19/09/09 em Houston Tx. Foi após uma pregação deste homem de Deus que dei meu "sim" para Jesus Cristo.)Depois desta decisão de compromisso com o Pai a minha vida começou de verdade e os sonhos do "menino da roça" começaram a se concretizar. Surpresas e mais surpresas aconteceram. E, se você "ainda" continuar me dando a honra de ser leitor de meus posts, poderá viver um a um ao longo dos próximos meses. Meu desejo é que você possa ser de alguma forma abençoado (a) através da leitura destas crônicas verdadeiras da minha história de vida, e assim como eu, perceber a grandeza do poder do Senhor em grandes feitos e pequenos detalhes. Pois, tudo o que se passa em minha vida, simplesmente tudo, vem de Deus. Dou a ele toda a honra, glória e poder. Dedico a Ele todo meu desempenho como homem de negócios, amigo, irmão, marido e pai de familia. Nada vem do acaso, da coincidência ou da sorte. TUDO VEM PELA VONTADE DE DEUS. Termino citando uma texto bíblico para sua leitura. Mt 6. 25-34.

Até o próximo post. Se quiser, deixe um comentário.

Abraços

Celso.