segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Familia: Um projeto de Deus (Profissão: Homem Casado.)

Queridos amigos!
Vou escrever um pouco nos próximos "posts" a respeito de algo muito importante na minha vida. A familia.
Minha familia, como a de todos vcs, tb não chegou "pronta". O caminho até ela foi longo... cheio de surpresas e muitas barreiras!
Para explicar um pouco disso vou precisar de alguns capítulos. Mas antes disso, terei de voltar um pouco no tempo.
Na foto em pé esq. p/ dir.: Christian , Stephan.
Sentados: Claudia, Daniela e Celso.
Desde minha infância, ainda quando morava lá no km 20, almejava ter um dia, uma familia. Mesmo eu, sempre achei aquele pensamento um tanto precoce. Mas, em meus sonhos de criança sempre houve um espaço especial para uma esposa e filhos. Ah! Os meus sonhos!!!

Lá no km 20 havia uma escola. Acho que muitos devem lembrar da sua primeira escola. A primeira professora ninguém esquece! Temos uma admiração especial pela primeira professora. Parece algo mágico. Ela poderia ser sua mãe, mas não é! Poderia ser sua namorada, impossivel! Ela é sua amiga, sua conselheira, sua ensinadora! Algo fantástico para um menino a desvendar tantos mistérios,em ligar as letras e descobrir palavras, unir palavras e revelar textos. O aprendizado na vida do menino torna-se magia. A leitura produz informação. A Informação personaliza os sonhos, aumenta as possibilidades.... o "beabá" agora é o lúdico, toma posse da vida do pequeno ser iniciante.

Ah! Eu amava minha escolinha da roça. As vezes queria poupar meu par de "congas" e ia descalço mesmo. Sujava o pé de lama. Fazíamos "skating" descalços na estrada de chão batido, quando molhada. Na hora do lanche comia batata assada, carinhosamente assada pela minha mãe, no forno a lenha. Levavamos também outros lanches como: Pé-de-moleque, milho cozido, rapadura, cueca virada, salame e polenta. Que delícia. Ninguém zombava do teu lanche, ninguém ria. Todos comíamos do que a terra nos presenteava. Não havia "ships", não havia batata frita. Refrigerante era raridade e uma ou duas vezes ao mês bebíamos a "gasosa", hoje conhecida por tubaína. Os tempos mudaram!!!

Foto :Salete, Valdecir(meus irmãos) e Celso(repare o detalhe da borboleta do menino!!!!! Moda!!!)

Certo dia a professora Eronita, no terceiro ano primário, resolveu fazer uma pequena enquete. Perguntou aos alunos quais seriam suas aspirações profissionais. Lembro muito bem de como aquela pergunta me deixou intrigado e de repente se tornou um problema para mim. Todos respondiam prontamente. Motorista, jogador de futebol, policial, funcionário público professora,enfermeira,dentista, agricultor, fazendeiro... chegou a minha vez. Minha cabeça estava a mil... Ora, se trata de uma profissão. Algo tão simples. E o teu sonho de ser locutor de rádio? E aquele sonho de voar, voar? Quem sabe piloto? Sei lá diga qualquer coisa. Se não lembra inventa alguma coisa. Não, eu não queria inventar. Queria falar algo compatível com meus sonhos. Estufei o peito e falei. - Professora, eu quero ser um homem casado. A classe caiu na gargalhada. Fiquei branco. Travei. Pensei, o que fiz de errado?! Ela, gentil, meiga e compreensiva indagou: - Como assim casado? Meio sem graça, mas ainda defendendo minha visão surreal. - Sim professora, eu queria dizer isso, um homem muito "bem casado", entende? Lembro que sua mão macia afagou meu rosto e seu olhar sincero tentava expressar uma aprovaçao, como: - Eu te entendo.

As paixões do menino da roça, eram genuinas. Não existiam interferências externas. Telenovelas e romances literários não haviam sido descobertos por ele. Seu sonhos eram da mais pura imaginação. Seus sonhos só podiam vir de Deus. Eles não sofriam influências humanas. A não ser, o fato de ver em seus pais,(Foto:Roldo e Jandira)um casal que lutava para criar seus filhos, sofria demasiadamente. Não eram acostumados a demonstrar afeto um ao outro em nossa frente, mas percebíamos que de alguma forma demonstravam o amor, ora pelo serviço que prestavam para o bom andamento da lar, ora pela preocupação com a saúde um do outro. Naquela época não se falava muito em coisas íntimas, da frustração ou da alegria. Vivia-se. Se haviam mágoas, ninguém os ensinara sobre o perdão. Se havia dor, suportava-se, mesmo que em silêncio. Tentavam acertar na vida a dois com suas próprias forças e da forma como haviam aprendido em seus próprios lares. Mesmo com muito cair e levantar, mesmo com a escassez de informações, mesmo sem ter tido a graça de uma boa instrução... criaram seus filhos dentro de bons princípios, ensinando sobre honestidade e trabalho. Neste ambiente o menino da roça cresceu. Haviam medos, tristezas, obstáculos. Mas, mesmo entre os momentos inseguros, incertos... havia a esperança. Na esperança habitavam os sonhos.

Ah! os sonhos. Estes eram com finais felizes. Eram perfeitos. O mocinho vencia no final. Ah! Os sonhos traziam uma nova expectativa. Uma vida além do "vinte". Uma vida melhor para meus pais, meus irmãos... minha gente!

Não sei o quanto o estimado amigo acredita na vontade de Deus. O menino da roça não fazia idéia do que era isso naquele tempo. Sequer imaginava o que lhe esperava logo a frente. E, mesmo ainda não sabendo direito quem era o Papai do céu, vinha lhe sendo preparada por Ele, uma história muito parecida com seus sonhos.!


Até o próximo post.


Abracos
Celso.

Um comentário:

  1. Amor, estao dizendo que aquela foto de vc com a borboleta parece mto com o Stephan!! Os dois lindos!! rs

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